quarta-feira, 12 de novembro de 2014

manhãs brandas

gosto de acordar quando o sol se enxuga na madeira seca ou a chuva pinga gotas grossas e quentes.
são manhãs brandas e o meu corpo geme ainda o teu.
nas manhãs brandas as pegas gralham no topo das árvores grandes e há melros que bicam  sementes e passeiam as penas nos  muros dos jardins.
ontem, na madeira seca os meus pés dançaram com os teus, as tuas pernas roçaram-se pelas minhas e era noite.
há uma suavidade lilás nas manhãs brandas, acontece no fim de noites quentes e ferozes onde as gralhas e os melros cantam em algazarra louca.
gosto quando me cantas e me bicas as orelhas. Sempre nas manhãs brandas.