gosto que o meu rosto sinta a doce melancolia da alma, que os meus olhos se encharquem de emoção.
porque gostas?
ah! quando me beijas os olhos, me abraças bem junto ao peito e o meu corpo se quebra e se encolhe e espera pelo teu
e porque esperas?
não sei como não esperar, porque aqui estou e aqui anseio e aqui quero que me ames
diz-me, como me anseias?
sinto-te em cada rio, em cada pedra, no voo das águias, na sombra das árvores e no cheiro do rosmaninho
deu-lhe a mão. as mimosas bordejavam os caminhos e quando voaram soltaram-se os pássaros da primavera acoitados na torre branca no topo da oliveira.
chegaram de mãos dadas ao castelo, vindos de longe. beijou-lhe o olhar e segurou-lhe as lágrimas.
porque choras?
porque me emocionas.
agitaram as asas, poisaram na torre branca, no topo da oliveira e ali se amaram.
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