segunda-feira, 4 de junho de 2012

Lia: princesa da couve

não há melhor sítio para uma neta do que uma couve, e eu tinha uma mesmo no meio do quintal...era aquela couve de pé alto e folha de penca, de nome a galega. Ali estava ela, rodeada por uma data de outras muito iguais, mas esta era diferente: arrumava-se nas folhas, muito aconchegada, parecendo quase um botão quando o fresquinho do fim da tarde começava a abraça-la.
Claro que quando a minha neta nasceu eu já sabia que os bébés não nasciam nas couves, mas ainda acreditava em fadas. Sindala tinha-me dito, era eu menina, que as princesas dormiam nas couves.
Naquela madrugada de Primavera, o quintal brilhava em pérolas de orvalho e bem no meio estava lá, aquela couve de pé alto e folha de penca, de nome a galega, surgida do nada.
Devagarinho, separei-lhe as folhas que se abriram num leito verde e fresco. Bem no centro, estava a minha neta muito enroscadinha, numa couve: princesa Lia.
Sindala gargalhou e fugiu num raio de Sol.

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