domingo, 9 de dezembro de 2012

apetecia-lhe apetecer

apeteciam-lhe pêssegos, daqueles sumarentos, que a cada mordida se entornam pela boca e pelo queixo e, num assomo de delícia, a língua  lambe e os lábios sugam.
apetecia-lhe estar sentada sob aquela árvore que lhe acariciava a pele quando a ponta dos galhos, das folhas se alijava, quase junto ao chão, empurrada por ventos quentes.
apeteciam-lhe carícias mil, húmidas e secas, sobre o rosto, entre as coxas, por todo o ventre, um contínuo roçar de lábios desde os ombros à linha curva das nádegas.
apetecia-lhe desgaranhar o corpo, tirar-lhe a dormência do frio e, romã, arregoar-se em bagos doces e macios.
apetecia-lhe apetecer!

2 comentários: