segunda-feira, 20 de maio de 2013

tempo de aurora

agarrou no sol caído sobre o empedrado da rua. pendurou-o na ponta da cor azul, aquela que fazia uma dobra sobre a ombreira da porta. devagarinho a luz foi crescendo do meio do sol para o meio da rua. as sombras agitaram-se nas laterais e foram sendo empurradas para os cantos.
Tomou-lhe as mãos e sentou-se com ela na soleira da porta. O sol subia no azul que lhes pintava as fronteiras. Contou-lhe um conto: "- que ela viria quando as cores gemessem no arco-íris".  e limpou-lhe com os dedos a lágrima roliça que lhe saltara do olhar.
Balbuína encostou-se-lhe no ombro e decidiu ser ouvidora de histórias. Saberia assim da vinda da princesa. Por enquanto ia-lhe tecer a manta dos sonhos. É que Tempo precisava do Sol pendurado no gancho eterno.
Basil acariciou-lhe o rosto, sussurrou-lhe "quero-te" e Balbuína sorriu.
xxxxxxxxx
Zi bateu as asas e salpicou Lia de pó de borboleta. A pequenina princesa agitou os braços numa dança louca e gargalhou o ar.
nasceu o tempo da aurora.

Sem comentários:

Enviar um comentário