quarta-feira, 16 de julho de 2014

escuras são as manhãs

estranhos eram os dias. Não se levantava o sol, apenas amanhecia a escuridão. na rua soava a frenética passagem dos que se não viam mas que estavam.
O metro zumbia o cheiro do metal e sufocava o ar de calor seco. havia os adormecidos, os ausentes e talvez os que sonhavam. Apertavam-lhe o corpo nas manhãs que amanheciam escuras. Não se fazia dali e qaundo passava a paragem das Sete Colinas entrava no cartaz do próximo musical de onde saía quando chegava ao destino de todos os dias. Pegava no copo de café quente e caminhava, em passo rápido, até ao sítio atrás do balcão onde reinaria por um dia e outro e outro....
havia um pranto no fim daquela janela. Aconchegou-se nela, naquela noite primeira que queria luz de luar. Cerrou-lhe as mãos frias nas suas palmas quentes e respirou com ela a vida.
Virou o rosto e sonolenta disse " um beijinho...". Enroscou-se e adormeceu. Havia uma manhã clara desenhada no horizonte.


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