quinta-feira, 7 de maio de 2015

amar, de madrugada

a luz da aurora acariciava-lhe o corpo. pintava-a de cores de sombra por onde ele escondia os  dedos e beijava desejos.
gostava de lhe dar o corpo na luz pálida da manhã, quando amanhecia devagarinho...
adormeceram no sonho da alvorada. quente o sopro que lhe tocava o ventre. E o rosto dele descansado no seu peito.
gostava de lhe olhar as espáduas e tocar-lhe de mansinho com os dedos, como se fosse a alba a matizar o negro do céu.
aconchegava-se-lhe num jeito abandonado de fazer parte do nascer do dia, e parava o tempo. Porque pode parar-se o tempo quando se ama de madrugada.
- Ainda havemos de ser felizes - disse-lhe.
- sim, havemos....
Sorriu-lhe, abriu a porta e levou-o ao arco-íris.

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