quinta-feira, 19 de maio de 2016

a lenda das papoilas

deitaram-se no campo das flores vermelhas.
por entre as hastes verdes e os suaves vermelhos banhados pela luz, ela sorria. Quando sorria, as pétalas da  papoila quase rosa que lhe roçava os lábios, dançavam soltas e agitavam bailados de sombras íntimas que ele bebia.
e o Sol caía morno sobre a terra, sobre os corpos. Gostava de lhe sentir as sombras, de lhe adivinhar a pele, de lhe tocar com o olhar. 
Ajeitou-lhe o cabelo, atrás da orelha. tocou-lhe os lábios com os seus e tombou discreto no seu peito por onde navegavam flores, hastes verdes e um morno calor.
dormiram o sono das papoilas, pleno das íntimas sombras dos amores ali amados...
- e foi assim Benedita, que as papoilas ficaram com cheiros que não se sentem, mas que nos adormecem docemente, contou-lhe a mãe com um mágico sorriso.

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