sexta-feira, 20 de maio de 2016

a muralha

davas-me a mão, sabias, quando me desequilibrava na muralha e era noite. o rio estava escuro e brilhava nele o luar. havia uma dança no nosso caminhar, um bailar de ancas e de rodeios. falávamos com palavras tão mordidas de anseios.
tocaste-me a cintura por entre os desníveis das  ameias, e disseste-me ao ouvido "para te sentires segura" ...e eu que queria navegar na lua derramada nas águas escuras.
dei-te a mão no breve instante em que me elevaste para logo me poisares no relvado do fim da muralha. foi quando  rocei o lóbulo da tua orelha e te segredei "desenha-me beijos, faz-me existir".
Sabes? naquela muralha junto ao rio...e estava luar.

Sem comentários:

Enviar um comentário