davas-me a mão, sabias, quando me desequilibrava na muralha e era
noite. o rio estava escuro e brilhava nele o luar. havia uma dança no
nosso caminhar, um bailar de ancas e de rodeios. falávamos com palavras
tão mordidas de anseios.
tocaste-me a cintura por entre os
desníveis das ameias, e disseste-me ao ouvido "para te sentires segura"
...e eu que queria navegar na lua derramada nas águas escuras.
dei-te
a mão no breve instante em que me elevaste para logo me poisares no
relvado do fim da muralha. foi quando rocei o lóbulo da tua orelha e te
segredei "desenha-me beijos, faz-me existir".
Sabes? naquela muralha junto ao rio...e estava luar.
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