sábado, 7 de outubro de 2017

cacimbo(s)

vestia cacimbo, uma humidade quase quente que os rios largavam no entardecer dos dias tórridos. E assim passeava o corpo, confundindo os olhares de quem a olhava.
Mas a ele queria.
A cada passo sentia-lhe o arfar, a sofreguidão do toque, as coxas presas num enlace forte, a língua sequiosa a seguir-lhe o contorno do ombro, o côncavo do pescoço, as mãos em voo sobre as nádegas...ondearam-se-lhe as ancas, a recortar redondos profundos no calor desenhado na paisagem. Seguiam-na olhares sedentos, que em seco engoliam como se do cacimbo se saciassem.
Mas a ele queria.
ouviu-lhe o som grave e rouco da voz "sabes-me a chuva" dizia-lhe, e bebia nela rios.
Passou a palma da mão por sobre os seios, palpitava-lhe o coração que a ele queria. Havia cacimbo, uma humidade quase quente que dele trazia

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