parecia uma pérola, a gota sobre o verde daquela folha larga. E fazia um leve rocegar, para cá e para lá no tempo em que a folha se agitava com a aragem do início do dia.
Tinha caído sobre aquela folha, de uma nuvem parca em água e a folha tinha-a recolhido gentilmente. A gota queria refrescar aquela folha grande e linda e a folha queria guardá-la para as horas secas do fim do dia. E a gota rolava um bailado no rosto da folha e a folha revigorava-se no fresco da gota.
O dia cresceu e os raios de Sol sugavam as pequenas gostas de água que a manhã tinha criado. A folha grande fechou-se e bem na base, junto ao pecíolo, escondeu a pequenina gota que teimava em brilhar com os raios de Sol.
E o dia minguou e o Sol foi adormecendo. A folha grande abriu-se ao encanto do crepúsculo e a gota agitou-se na nervura central.
No fim do horizonte uma linha escarlate encimada por um forte tom dourado, emanava ainda o quente forte do dia e na ponta da folha uma gota de água pendente luzia naquele tom tépido e cinza do princípio da noite. E passou um pássaro de pena azul que ali poisou, sobre o solo junto à folha de grandes abas. De saltito em saltito rodou o bico, sorveu a gota e voou.
E a folha estremeceu com a repentina falta de peso, recolheu as abas e preparou o sono para uma nova manhã à espera da sua pequena gota de água, que o pássaro sorvia.
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