sábado, 21 de julho de 2012

sonhos de cebola

Não largava um caderno macilento que sempre a acompanhava quando descalça percorria o areal­ ­ 
  • a saia embaraçava-lhe as pernas e desenhava-lhe as ancas estreitas. quando agitada pelo vento parecia querer levá-la mais além e mais depressa.­ ­
  • continuava em passo certo, sem responder à sofreguidão da saia, a ondear pela beira mar.
    Mais à frente estava já o sombreado da arriba a desabar em múltiplos pedaços pelo areal. Da última vez tinham ficado caídas várias letras: W, H, A, I e também o M . A maré não dera tempo para as chamar, e as letras não adornaram as páginas do seu caderno..... ­
      • e ela, sonhava em ser a paixão daquele amor que nunca mais encontrava­ ­
      • parou de cortar cebola descaiu-lhe a mão na banca, faca pendente nos dedos, e os olhos sumiam-se em água com cheiro a cebola­ ­
      • Na panela a sopa fervia, quase sem água, arriscando cheirar a queimado e ela suspirava ....................................................................................
        olhou para os pés onde batia a ondulação do mar e a letra sentada na barca da cebola ancorou-se-lhe nos tornozelos.
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