sabe-me.
azeda-me o corpo quando não me tocas. enche-se de penumbra, um lusco fusco de humidade que atravessa a ventana da porta. prefiro-te lá fora, na manhã cinzenta de névoa, quando o vento sopra no meu rosto a cor da romã e os meus lábios gelam o sabor das amoras.
atravesso o cais e encosto-me à árvore grande. a ribeira corre forte e a névoa embriaga-se-lhe no leito. escorrego o corpo no tronco rugoso, e fecho os olhos no instante do afago da neblina. os teus dedos tocam-me.
- Sabe-me. Sussurro.
adoças-me o corpo quando me tocas. enche-se de luz, um brilho forte que cruza as névoas das manhãs plácidas. prefiro-te lá fora...
Sabe-me.
Muito bonito. É sempre um momento especial poder ler as crónicas da Milai em Murmúrios Despertos!
ResponderEliminar