quinta-feira, 22 de outubro de 2015

murmuram-lhe os ventos



quando caminhou não havia chão. havia o tempo e andavam quentes os dias. caminhou pelas sombras como se fosse chão, o calor insidiosamente penetrante no seu corpo.
perdeu os dedos na areia. deixou que o areal lhe tomasse os tornozelos. assomaram-se os ventos espessos e as areias envolveram-lhe o corpo.

- perde-te comigo...hoje, murmuraram-lhe os ventos

quando o amou não havia corpo. havia o murmúrio e andavam soltos os sons. caminhou-lhe os recantos, os beijos e os afagos...a memória insidiosamente penetrante no seu olhar.
perdeu os dedos no entrelaçar da anca com a perna, onde a pele é doce e sedosa. deixou-se despir de areias. assomou-lhe o anseio dele e perdeu-se em espessos ventos, com ele.







2 comentários:

  1. Upps! A arte está a passar por aqui... e vai continuar como uma luz que brilha de forma prolongada, ou é apenas breve e intensa como num relâmpago?

    Joaquim Amaro

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. olá. upss! se passares mais vezes por aqui e te apetecer ler logo vês :) beijo e obrigada por teres lido

      Eliminar