segunda-feira, 9 de novembro de 2015

no infinito


seguiam pelo trilho junto ao mar, de mãos dadas, os ombros lassos e descansadamente encostados um no outro. O sol brilhava a fim de tarde, num brando calor rasgado de vermelhos intensos.
- quisera que sempre assim o dia fosse e tu me olhasses tão brando quanto a luz do sol e quero, meu amor, que me leves na tua barca até ao infinito. Sindala parou, rodeou-lhe a nuca com os braços e beijou-lhe mansamente a linha da orelha.
- que doces os teus lábios, que belo o brilho dos teus olhos, segredou-lhe. Ao infinito, e sorriu, sim levo-te até ao infinito.Sabes onde fica?
Sindala olhou-o, segurou-lhe o rosto entre as mãos e encostou-lhe, leves, os lábios.
- Não, não sei. Sei que desde o dia em que chegaste, me disseste que um dia me levavas ao infinito. Fica onde, então?
- Aqui, entre mim e ti, no calor que o teu corpo deixa no meu, tão brando quanto a luz do sol do fim de tarde tão intenso quanto os vermelhos do horizonte.
- Leva-me...
- Levo-te...
entrelaçaram os dedos, subiram na barca e navegaram no infinito

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