sábado, 14 de novembro de 2015

viajar

estava desconhecida a estrada, que era o que não era, um trilho estreito por entre tojos e rochas e um vale profundo. parecia não levar aos lugares do fundo mas eu levava-te comigo e na viagem tocavas o pedacinho de sol que me aquecia as brincadeiras no largo da igreja, sonhavas comigo as correrias por entre as canas altas do milho, choravas comigo algumas lágrimas esquecidas.
gosto de te levar, que viajes dentro de mim, que num instante entres pela minha história e ouças as cigarras que eu ouvi e tenhas entre as mãos o mesmo luzir dos pirilampos que eu escondi.
e de repente estás ali, no fundo das escadas, onde as carochas se passeiam por entre os nossos passos e dizes: - minha mãe dá licença? quantos passos? e avanças e recuas conforme te quero tão perto ou quase tão perto....
viajas dentro de mim quando ousas passear nas minhas memórias.

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