quarta-feira, 4 de novembro de 2015

quando o azul se apaga

havia uma linha no horizonte. de um lado fazia azul, do outro mesclavam-se verdes e castanhos. no azul corriam sonhos brancos que às vezes tocavam o outro lado da linha. quando se tocavam derramava-se o azul nos verdes e castanhos e a terra preenchia-se de céu.
Nesses dias amavam-se as deusas e os homens. escolhiam os desertos e desenhavam flores por sobre as areias quentes
havia uma casa, talvez a sombra de uma casa na linha do horizonte. imiscuía-se no azul. do outro lado, para lá do horizonte, havia outra linha. de um lado fazia azul e do outro também. corriam nos azuis espumas brancas, que se tocavam em gotas, sopros de águas. quando se tocavam enchiam-se os rios de chuvas e os mares beijavam os céus.
Nesses dias amavam-se os deuses e as mulheres. escolhiam as eternas neves e desenhavam flores por sobre os gelos quentes.
caminhava por sobre o horizonte. um fio, uma linha, tão frágil...tão frágil.
sentou-se no horizonte, recostada no azul, mas os deuses andavam ausentes. nesses dias amavam as mulheres e as deusas sabia-se que amavam os homens.
tão frágil na linha do horizonte. olhou-me, os olhos profundamente ausentes de tão presentes. puxou a linha do horizonte e apagou o azul.

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