domingo, 20 de março de 2016

amar numa tela "(So, paint me)

"so, paint me. I want to be a painting, the most beautiful painting. Than you can toutch me with your eyes and I can believe I am alive."

sentiu-lhe o olhar em lentos e suaves  toques no recanto do seu pescoço, pela linha do seio, no redondo da nádega rematado em suave declive ao longo da coxa. estremeceu, sentiu-lhe quente o olhar na dobra ligeiramente flectida do joelho. deslizou a perna e o corpo alongou-se como se gata fosse. agitaram-se as pétalas das primeiras flores da cedia Primavera e o pé descaiu-lhe ligeiramente para além da tela.
acariciou-lhe gentil o tornozelo e aconchegou-lho por sobre o verde do prado florido. agitaram-se em murmúrio as pétalas brancas e as finas hastes das ervas verdes. rodou o rosto por sobre o ombro, sorriu-lhe e estendeu, lânguida, o corpo por sobre o prado, os braços soltos para além da tela.
tocou-lhe os dedos, soprou-lhe um beijo e ajeitou-lhe os braços sob a face e sobre os seios. deixou-lhe o sorriso, o olhar profundo e apaixonado, a linha doce do ventre semicerrada pelo aconchego das pernas.
olhou-lhe os lábios semi-abertos. diziam-lhe ainda:"sabes o que me apetecia? apetecia-me ser uma pintura, no mais belo quadro do mundo. depois tu olhavas-me e fazias-me sentir viva para sempre".

poisou o pincel, deitou-se junto a ela, fora da tela, rodeou-a com os braços e segredou-lhe: "guardei o meu olhar no teu corpo... so you know, you kept my eyes in your body. Now we`re in love forever".

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