segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

sopro cálido

hoje quero-te.
estava cinzento o dia, pegava-se a cor ao corpo e aos cabelos. levei-te comigo para além da porta. a árvore grande gemia com o sincelo, tão belo e tão frio. segredaste-me em sopro cálido "quero-te" e encontrei-te, nu e quente no meu corpo. escorregámos nas folhas húmidas da manhã. o meu ventre junto ao teu, a tua boca ávida no meu rosto, na minha boca. levaste-me dentro de ti, pelo trilho do frio.
segredaste.me em sopro cálido "querida". a árvore grande agitou os ramos e vestimo-nos de sincelo. e disseste "és bela". Foi quando me desnudei, a alma purgada do frio, o teu coração a bater no meu.
hoje quero-te e quero-te  ao raiar de cada manhã. o teu olhar no meu, o meu ventre junto ao teu.

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