quinta-feira, 19 de maio de 2011

momento

o corpo arqueou deixando-a submergir na sensação dos dedos, que da nuca ao suave emergir da anca lhe arrancavam leves espasmos, longos, sedutores, inebriantes. As coxas apertaram-se antecipando, quase com gula, o orgasmo, controlando, quase com desprazer, o prolongar eterno desse breve momento. E os dedos percorreram-lhe o púbis eriçando toda a suave penugem que a envolvia. O corpo alongou-se e de novo se arqueou, a nuca parecendo vibrar numa almofada fugidia, e uns gemidos contidos soltaram-se no escuro visível da janela aberta. E amar amou o momento, o amante, a sombra de uma paixão eterna.

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