domingo, 7 de outubro de 2012

a sombra do corpo

quando olhou, a parede branca pintava-se de sombras.
O véu tapava-lhe as formas e disfarçava-se na alvura da parede. Quando olhou, a parede branca pintava-se de sombras. uma das sombras era do véu que ela não conhecia. quando olhou, porque nunca tinha olhado, soltou-se dos véus e desnuda pintou a parede de sombras, sem nela se perder.
a existência tinha passado e ela tinha-se esquecido, de si, na parede branca.
o corpo desenhou-se nas sombras, da parede branca. Com a mão rodou o trinco e a janela abriu-se para o azul. Largou o corpo sombra e apaixonou-se pela sombra do seu corpo. 
Sindala estava pronta para amar a vida!

1 comentário:

  1. Maria do Carmo Andrade7 de outubro de 2012 às 13:30

    LURDES DE Castro,artista plástica madeirense (uma velhinha simpática) dedicou grande parte da sua obra às "sombras".Será uma caraterística dos ilhéus?Sugiro consultar a página abaixo, pois pouca gente conhece o seu trabalho.Desta vez achei que a L.C. ilustrava muito bem o seu texto.Um abraço

    http://www.google.com/search?q=lurdes+de+castro&hl=pt-PT&rls=com.microsoft:pt:IE-SearchBox&rlz=1I7ADFA_pt-PTPT489&prmd=imvns&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=6XJxUIHRKMuJhQeS9oCQBQ&ved=0CCEQsAQ&biw=1133&bih=560

    ResponderEliminar