sexta-feira, 21 de junho de 2013

Iluminavam a avenida

caminharam como se os corpos não se tivessem emaranhado e o cheiro das peles húmidas não inebriasse as folhas das árvores da alameda. sorriram uma cumplicidade disfarçada que as mãos desejavam demonstrar.
Iluminavam a avenida, o sorriso que a ela lhe bailava no olhar, o orgulho que a ele lhe gingava nas ancas. - "ninguém vai saber, dizia-lhe, caminha assim, só ao meu lado" e ajeitava-lhe um caracol sobre o rosto. é que era inseguro deixar imaginar!
Seguiram, lado a lado, o cheiro de um no cheiro de outro, o corpo de um no corpo de outro. e lado a lado, conversa fiada de rua, atiravam-se nos braços um do outro, enredavam-se em sôfregas carícias e gemiam prazeres imensos. E sorriam das memórias que só eles sabiam.
É que era delicioso deixar imaginar!

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