sexta-feira, 21 de junho de 2013

as improváveis palavras

saltou, caiu na arena do improvável e rasgou as palavras já construídas. procurou as frases na plateia e de repente estava no país de Pequenu...o gnomo que vivia no país dos livros grossos e que lhe acalentara a infância. É que aí as letras eram grandes e não precisava de óculos e o livro era gordo mas lia-se depressa.
procurou a mudança da marcha atrás porque a chave não rodava na ignição. mas a verdade é que não conseguia juntar os pedaços espalhados. e o atoleiro aumentava e escorregava, escorregava....
saltou, caiu na arena das improbabilidades e reconstruiu o vazio. tinha atravessado um buraco negro e suspendera-se no tempo.
Abriu os olhos e lá estava na biblioteca itinerante, a casinha de cheiro a livros e cheia de histórias. Levava um novo Pequenu, quase tão grande quanto ela.
- Benedita, disse a mãe sorrindo-lhe, vamos minha filha. Deu-lhe a mão e pulou no empedrado. Suspirou e deixou-se ser menina, por um bocadinho, na história das palavras que tinha rasgado. Tinha encontrado o colo da mãe.

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