quarta-feira, 4 de abril de 2012

bolas de sabão



a película de sabão pintalgava-se de uns azuis translúcidos escorregadios, e deixava-se atravessar pelos raios de sol do meio da manhã, quase ofuscando o olhar vivo de Benedita que colocava os lábios em ponta de sopro para atirar pelo ar rodopiantes bolas de sabão que haviam de se desfazer sobre os seus cabelos em saltitantes flops.
Quatro, duas, três, dez...pequeninas ou um pouco maiores, luziam por todo o páteo e iam saltitando pelo empedrado encharcando-o num brilho húmido por onde Benedita deslizava os pés e soltava gargalhadas vivas nos desequilíbrios da brincadeira.
Agitou com o aro a água ensopada em sabão, pô-lo sobre os lábios, a leve distância, fechou os olhos e soprou, sem pressa.
Abriu os olhos e fez Oh!!!!, com a boca e os olhos. O pátio estava lá longe e ela vogava na bola de sabão.

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