terça-feira, 30 de abril de 2013

as terras do fim

tinha o toque das pétalas, tão suave e doce, tão cálido e intenso por tão breve.
a brisa passava mansa nas colinas do vale, agitando a primavera.
Benedita suspirou e ajeitou-se no leito de esteva e giesta. Tinha cruzado o regato das terras do fim, ali onde os ventos segredavam carícias. Tinham-lhe dito que nas terras do fim a água beijava os lábios que a bebiam e as pessoas acordavam nos seus sonhos de meninas. Agitou a cabeça e espraiou os cabelos sobre os cheiros da esteva. o deslizar salpicante do regato murmurava-lhe o caminho da fonte.
rolou sobre o corpo e aspirou o fresco da flor de giesta. deslumbrou-se com os tufos de amarelo intenso que atapetavam o relevo e a água chamava-a...como rasto de esteva quente caminhou para o fim das terras do fim, onde estava a fonte.
encostou-lhe os lábios e acordou no sonho.
tinha o toque das pétalas, tão suave e doce, tão cálido e intenso por tão leve.

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