quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A loba do tempo fosco

o silêncio surgiu-lhe aterrador, por tão sonoro. Tornou-se o eco contínuo da desordem. Foi assim quando parou pela primeira vez no silêncio. Desejou então as vozes, mas naquele corredor, entre Tempo e Cuzcar, o silêncio húmido da neblina obrigava-o a ter pensamento. Parou sob um castanheiro e descansou o corpo num pequeno barroco. Permitiu-se percorrer as pautas silenciosas daquele momento.
Os uivos surgiram do fundo do tempo fosco e invadiram Basil. Agitaram-lhe memórias de batidas nas serranias de uma vila escondida.
Só um uivo permanecia. Era de fêmea. Não sabia como o sabia, apenas sabia. A Loba procurava-o.
O silêncio agora fascinava-o.

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