quinta-feira, 12 de setembro de 2013

no silêncio ausente

às vezes é nada, mesmo nada. um silêncio ausente de sons e de imagens.

espreitou o espaço para lá da arcada em pedra. o caminho era estreito e sinuoso por entre dois pedregulhos sólidos. a luz rareava no entrelaçado das copas do arvoredo que sombreavam a cor do dia. o ar escaldava os movimentos e não havia chilreios, nem um!
decidiu cruzar a arcada. a luz cegou-a e envolveu-a o som do silêncio, aquele eco escuro que o ouvido vê ao ouvir. No topo da encosta de um vale profundo cercado de serranias, sem som sem imagem, a eternidade. ficou lá, no silêncio ausente.
passou-lhe uma aragem na pele e galgou dos caminhos do interior.  Poisou-lhe mesmo nos pés o pássaro grande que atravessara o horizonte. Chamou-se Ugardila  porque o pensou.
Então acordou da eternidade.

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