virou no final do muro da quinta, para poente,
apetecia-lhe um escorrega de gelo,
por onde o corpo deslizasse
soprou-lhe a aragem gélida do lado de lá
de onde o sol lhe beijava a pele
o cabelo escondeu-lhe o frio
teceu-se de fios de lã e aconchegou-a
adormeceu as coisas e aqueceu os sonhos
do seu bafo quente construiu um refúgio
enroscou-se no fim do escorrega
e rolou sem rolar no rolo do sonhar
virou no final do muro e acordou numa flor
E o Inverno acabou, para recomeçar
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