quarta-feira, 7 de março de 2012

entre canela e jasmim

gosto que viajes pelo meu corpo
(e encosto-me na banca da cozinha)
que a tua boca prenda o caule de uma flor
(enquanto os legumes se salteiam)
e a seda das pétalas me acaricie, num vagar sem tempo
o tornozelo, a linha redonda da perna e o interior da minha coxa
e deito-me, nessa cama de pétalas e de cheiros
(e um aroma a canela distrai-se pela casa)
enquanto me prendes o olhar em cetim
e então
estremece-me o corpo
de que sinto o cheiro
quando me vendas os olhos
e me deixas a arfar
entre canela e jasmim

Sem comentários:

Enviar um comentário