domingo, 11 de março de 2012

olhos verde azeitona

os olhos dele eram verde azeitona. Tinham aquele tom que ela sonhara para a sua paixão. E eram sempre os olhos que ela queria olhar para sentir que também eles a olhavam.
Podia então escrever mais uma história no seu diário, sobre as certezas de uma paixão, sem palavras.
O fim da tarde era  uma partida de bagdminton. Era mesmo no passeio, entre os prédios e a estrada (naquela altura não havia ainda campos de jogos, nem urbanizações), a cruzar com o horário de saída da escola. Objectivo, prender-lhe o olhar, torná-lo cativo seu.
Era difícil. A adolescência tímida provocava-lhe forte e vermelha coloração no rosto quando o sentia e quase que preferia desaparecer, no chão.
E, um dia a pena caiu-lhe mesmo aos pés, numa batida despropositada mas quase propositada da sua companheira de jogos.
 Baixaram-se ao mesmo tempo, precipitadamente, mas ele levou vantagem. Soergueu-se e abrindo o rosto para ela, num sorriso mágico e num olhar sem fim segurou no volante, e colocou-o na sua mão como se fosse a mais bela flor.
O olhar verde azeitona segredando-lhe do cativeiro. Nela pela primeira vez um erótico e quente rubor.
Um dia dançou com ele, numa festa de anos, mas estava já cativa de um outro olhar. Ela.

Como é bom jogar bagdminton.

Sem comentários:

Enviar um comentário